O empresário César Jorge Sechi manteve o silêncio durante oitiva nesta sexta-feira (9), na DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa) de Cuiabá. Ele e sua esposa Julinere Goulart Bentos foram presos na manhã de hoje, em Primavera do Leste, suspeitos de serem os mandantes do homicídio do advogado Renato Nery.
Conforme apurado pelo MidiaNews, Julinere deve depor somente na próxima terça-feira (13). A prisão do casal é de caráter temporário, com prazo de 30 dias, e foi embasada também pela confissão, nesta semana, do policial militar Heron Teixeira Pena Vieira.
De acordo com uma fonte da Polícia Civil, Heron revelou que teria acordado R$ 200 mil para arquitetar o homicídio, porém só recebeu R$ 150 mil. Esse valor, ainda segundo o PM, foi dividido entre ele e o suposto autor dos disparos, o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva.
Heron e Alex Roberto, que estão presos desde o início de março, foram indiciados no dia 1º de maio por homicídio triplamente qualificado. Os agravantes são motivo torpe, paga ou promessa de recompensa e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Conforme a Polícia, Alex Roberto é apontado como o executor, enquanto Heron seria um dos arquitetos do crime.
Segundo o delegado Bruno Abreu, da DHPP, responsável pelo inquérito, a Polícia aguarda pelos relatórios de inteligência dos aparelhos celualres do casal. Os próximos passos da investigação são as oitivas e confrontos de informações.
Nenhum outro suspeito foi descartado e o inquérito segue em andamento.
A possível motivação
Já foi revelado pela Polícia Civil que César e Julinere travaram, por anos, uma batalha judicial contra Renato Nery por terras no município de Novo São Joaquim, avaliadas em mais de R$ 30 milhões.
A propriedade, segundo Nery deixou escrito em uma representação à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Mato Grosso, foi cedida a ele por um dos donos das terras, como pagamento por honorários.
Pouco antes de seu assassinato, o advogado impetrou com uma ação que impossibilitou o arrendamento dessa propriedade e se recusava a fazer qualquer acordo com os demais envolvidos na disputa judicial.
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