O influenciador Luiz Gustavo Almeida, de 26 anos, preso nesta segunda-feira (9) durante a operação Tiger Hunt, postava mensagens de superação e motivação, e também compartilhava suas “conquistas”, como carrões de luxo, lancha e um imóvel.
Só imagina o sem futuro da família se tornando o mais bem sucedido
“Só imagina o sem futuro da família se tornando o mais bem sucedido”, disse ele em uma de suas publicações. A legenda acompanhava o vídeo de um passeio de lancha.
Luiz é investigado por fazer parte de um esquema de fraude por meio de plataformas de jogos online ilegais, especialmente o chamado “Jogo do Tigrinho” (Fortune Tiger).
Em sua rede social, ele se apresenta como “gamer profissional e investidor esportivo”, além de proprietário da empresa “GGServices”.
Em 29 de novembro de 2024, junto com uma foto sua, Luiz publicou um “textão” falando sobre seus resultados serem fruto do que plantou e de muita “constância”.
“Quem constrói seu caminho não precisa de sorte. O segredo está na constância: semeie, acredite, realize. Sucesso é a colheita de quem nunca desistiu de plantar. Cada escolha é um passo mais perto do topo”, diz trecho da publicação.
Segundo Luiz, a “dedicação de hoje” gera “grandes resultados amanhã” e que, apesar do plantio ser “duro”, a colheita é “sempre gratificante”.
Reprodução
Influenciador mostrando aquisição de carro novo
“Quem foca em plantar boas ações, colhe grandes realizações. Liderança é saber plantar sonhos e colher realidades”, finalizou.
Em outra publicação, o influencer fala de Deus e diz na legenda: “Que a Palavra de Deus ilumine o nosso caminho e fortaleça nossa fé”.
Luiz ainda compartilhava ações de caridade, como a compra de 18 sacolões para uma família que teve a casa destruída por um incêndio.
O influencer também compartilhou a aquisição de um imóvel, carrões de luxo, uma moto e até uma lancha, com legendas como: “Atualizando o Kit”.
Investigação
Segundo a Polícia, a organização utilizava influenciadores digitais e criou um engenhoso esquema de fraude, promovendo lançamentos diários de novas plataformas de jogos online ilegais.
Os vídeos mostravam os influenciadores ganhando altos valores em poucos segundos, com apostas de baixo valor, estimulando seguidores a fazerem o mesmo.
No entanto, os investigados são acusados de usar uma versão de demonstração do jogo, com senhas programadas para apresentar resultados vitoriosos – ganhos que, na prática, eram fictícios. O objetivo era atrair um número cada vez maior de apostadores.
As investigações apontaram ainda que a organização comprava CPFs de pessoas vulneráveis por valores entre R$ 50 e R$ 100, forçando-as a criar contas bancárias digitais. Essas contas eram usadas em sites de apostas e também para lavar o dinheiro das empresas das quais os investigados eram sócios-proprietários.
Durante as apurações, foi constatado o aumento expressivo do patrimônio dos envolvidos, que passaram a ostentar veículos de luxo, imóveis, motoaquáticas, joias e viagens para destinos turísticos, frequentando restaurantes caros e exibindo uma vida de luxo fora da realidade da maioria da população.
Veja:
Leia mais:
Influencer é um dos presos em operação contra Jogo do Tigrinho
Operação prende 4 que usavam influencers para aplicar golpes
