O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viajou ao Paraná, nesta quinta-feira (29/5), para oficializar a criação do Assentamento Maila Sabrina, localizado entre os municípios de Ortigueira e Faxinal. Durante o evento, o petista saiu em defesa do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), e criticou aqueles que classificam os militantes como “invasores”.
“Nós temos a obrigação moral, obrigação ética e obrigação política de ver o que a gente viu aqui e ter coragem de debater com aqueles que são contra o Movimento sem Terra, que são contra a reforma agrária, aqueles que não conhecem o sacrifício e tentam vender a imagem de que vocês são invasores de terra. Na verdade, vocês são invasores de busca de dignidade, de busca de respeito, de busca de direito que vocês têm que ter”, disse o chefe do Planalto durante discurso.
Lula, que já recebeu críticas do movimento por não investir mais na reforma agrária, elogiou a luta do MST. “O que vocês fazem, a luta de vocês não tem nada de ilegal, é pra cumprir a Constituição. A luta de vocês é, na verdade, a história da dignidade do povo desse país, representada pelo movimento sem terra do Brasil”, emendou.
Ao longo da fala, Lula também disse ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, que é necessário cumprir as entregas prometidas no campo da reforma agrária. “Se não for possível, com a mesma verdade que a gente prometeu, a gente diz que não dá para fazer. Vamos dizer na cara que não dá para fazer”, cobrou.
Reforma agrária no governo Lula
- Governo federal pretende assentar 30 mil famílias em 2025 e 60 mil até o final de 2026.
- Para o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, a gestão petista enfrenta desafios para execução de políticas agrárias, como desigualdade no campo e as mudanças climáticas.
- Para movimentos sociais, o ritmo da reforma agrária está abaixo do esperado apesar das ações recentes do governo.
Ao final, Lula agradeceu o grupo que fez parte da vígilia que o acompanhou durante os 580 dias em que ficou preso numa carceragem da Polícia Federal, em Curitiba.
A criação do assentamento faz parte do programa Terra da Gente, lançado com o objetivo de acelerar a reforma agrária no país. O governo Lula foi cobrado por movimentos sociais pela demora no andamento da política agrária.
De acordo com o Palácio do Planalto, desde 2023 foram entregues 15 mil novos lotes destinados ao assentamento de famílias. O anúncio desta quinta deve beneficiar cerca de 450 famílias, em uma área de 10,6 mil hectares.