O governador Mauro Mendes admitiu que a federação entre seu partido, União Brasil, com o Progressistas (PP) deve gerar a saída de alguns filiados em Mato Grosso.
Nos próximos dias, semanas, meses haverá uma acomodação. E ao final, pode ser que haja migrações de um para cá e outro acolá
A federação foi oficializada em um evento em Brasília na terça-feira (29). Apesar da junção recente, a nova conjuntura já tem causado movimentações no cenário político do Estado.
O deputado estadual Dilmar Dal’Bosco (União) já confirmou sua intenção de deixar o grupo para se filiar ao PRD. E, segundo ele, o presidente do PP em Mato Grosso, deputado Paulo Araújo, estaria interessado em seguir o mesmo caminho.
Isto porque a federação reacendeu a disputa interna por espaço político e eleitoral por causa da eleição de 2026.
“Quando há uma movimentação dessa que vem de Brasília, é natural que em todo o país haja algum nível de inquietação. E assim como natural que nos próximos dias, semanas, meses haverá uma acomodação. E ao final, pode ser que haja migrações de um para cá e outro acolá”, afirmou o governador à imprensa.
Mendes naturalizou a migração entre partidos. Porém, fez uma crítica ao fato das siglas não serem mais importantes para os políticos no Brasil. Para o governador, os partidos viraram “conveniência eleitoral” na política.
“Os partidos desse país deixaram de ser algo tão relevante para o cidadão, para o eleitor e para os próprios políticos que estão migrando de um para outro de acordo com a conveniência eleitoral”, disse.
“É lamentável isso, mas é uma leitura da realidade. Os partidos políticos no Brasil perderam a sua importância e perderam a capacidade de representar linhas ideológicas, linhas de pensamento que aglutinassem uma parte da sociedade brasileira. Viraram siglas cartoriais e um instrumento no processo eleitoral no país”.
Força em MT
Apesar de acreditar na saída de alguns da federação, Mendes disse que não haverá dificuldade em organizar o grupo em Mato Grosso. De acordo com ele, o fundamental será o diálogo.
“A política demanda diálogo, compreender as diferenças que existem, primeiro na sociedade. E dentro dos partidos você tem pessoas que representam vários segmentos e pensamentos dentro dessa sociedade. Vamos ampliar isso agora com novos prefeitos que estão dentro dessa federação”.
“Não vejo assim grandes mudanças, porque o diálogo e a boa convivência nós já praticamos há muito tempo”, afirmou.
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