O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) espera que, se não houver novas ocorrências de gripe aviária em granjas comerciais, em 21 dias o Brasil já poderá estar livre da doença. Nessa terça-feira (27/5), Minas Gerais registrou um novo caso, mas trata-se de uma ave silvestre.
O ministro Carlos Fávaro explicou que passado o período incubatório do vírus, estipulado em 28 dias, já vai proclamar que o país está livre da doença: “A tendência muito forte é de que isso vai acontecer nos próximos dias. Faltam 22 dias para isso acontecer”. A afirmação foi dita à Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), do Senado Federal, nessa terça.
Além do primeiro caso da doença registrado em Montenegro (RS), um outro foco de gripe aviária foi identificado em um abatedouro avícola no município de Aguiarnópolis (TO), na divisa com Maranhão, no dia 19 de maio. Na ocasião, as autoridades locais já apontaram que “a situação está sob controle e não representa risco à saúde humana”.

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Efeito do trabalho de monitoramento
Para o Senado Federal, o ministro argumentou, também, que rastreou a produção dos focos de gripe aviária feita 28 dias antes do primeiro registro e que todos os ovos produzidos, nesse período, foram eliminados.
“Se tinha a possibilidade de sair um animal contaminado, foi eliminado ali atrás, 28 dias. Então, na realidade, a nossa amplitude sanitária se dá em 56 dias – 28 dias para trás e 28 dias para frente”, expôs Fávaro.
De acordo com o ministro, outros casos de mortalidade teriam sido registrados se a doença tivesse escapado para outra região do país, pela rapidez na propagação e pela letalidade do vírus. “Seria um grande risco nos primeiros três, quatro, cinco dias aparecer outros casos, porque tinha vazado do foco lá dentro, de Montenegro”, expôs.
Caso em Minas Gerais
O governo de Minas Gerais decretou, nessa terça-feira (27/5), um foco de gripe aviária na região metropolitana de Belo Horizonte. O caso foi registrado em aves ornamentais, especificamente em cisnes-negros criados em um sítio na cidade de Mateus Leme.
Para o Metrópoles, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) esclarece que o caso registrado refere-se a uma ave silvestre: “Esses registros demonstram que a doença está sendo introduzida por aves migratórias que sobrevoam o território brasileiro. Algumas dessas aves chegam contaminadas e acabam contribuindo para a disseminação do vírus”.
O órgão ainda apontou que todas as suspeitas de doenças como Influenza Aviária e Doença de Newcastle, que compõem o Painel de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves, podem ser acompanhadas por meio do painel de monitoramento do Mapa, atualizado duas vezes ao dia.
Sobre a situação em Minas Gerais, Carlos Fávaro definiu como natural: “Nós já tivemos, nesses dois anos, 169 casos em animais silvestres. O Brasil faz parte da rota migratória do hemisfério sul para o hemisfério norte. Com esses animais que fazem a rota, tem a contaminação. Vai aparecer dentro do território nacional caso de animais silvestres”.