O ex-perito Thyago Jorge Machado foi um dos alvos de mandado de busca e apreensão na Operação Mente Perita, deflagrada pela Polícia Civil nesta terça-feira (10). Ele foi exonerado do cargo em 2023, após ser acusado de ter relação com uma empresa que elaborou um laudo paralelo ao emitido pelo órgão.
A Polícia investiga possíveis fraudes em laudos periciais em um processo cível relacionado à propriedade de terras.
Thyago é irmão da servidora Thays Machado, de 44 anos, que foi assassinada a tiros pelo ex-companheiro, Carlos Alberto Gomes Bezerra, em 18 de janeiro de 2023, na Capital. Thays saía do prédio da mãe, no Bairro Alvorada, junto ao namorado William César Moreno, de 30 anos, que também foi morto a tiros.
Thyago era responsável técnico da empresa Forense Lab à época em que também ocupava cargo de carreira na Politec. A empresa foi responsável por emitir dois laudos a respeito da velocidade do veículo que a médica Letícia Bortolini conduzia quando atropelou e matou o verdureiro Francisco Lúcio Maia, em abril de 2018.
A denúncia foi feita pelo próprio sindicato da categoria, o Sindpec (Sindicato dos Peritos Criminais de Mato Grosso), à Controladoria Geral do Estado (CGE) e à Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), pedindo que fosse investigada a atuação do perito.
Exoneração por Laudos
Segundo o sindicato, o documento da Forense Lab foi classificado como plágio, uma vez que tinha trechos inteiros copiados de uma perícia anterior, realizada pela Politec em 2014, a respeito de um acidente de trânsito em Sapezal.
Além disso, segundo o sindicato à época, a realização de estudos criminais particulares por peritos é proibida pela legislação.
Thyago respondeu a um PAD (processo administrativo disciplinar) e sua exoneração ocorreu em 2023.
A Operação
A investigação da atual operação foi conduzida pela delegacia de Sorriso, sendo cumpridos dois mandados de busca e apreensão. Um dos alvos foi uma servidora pública da Politec e o outro foi Thyago, perito demitido do órgão por supostas condutas ilícitas.
Tudo começou com a denúncia de uma vítima, que disse ter sido procurada pelo ex-perito. Ele teria solicitado R$ 2 milhões para que fosse fraudada uma perícia realizada em um processo judicial, cujo valor girava em torno de R$ 50 milhões, no qual a servidora alvo foi nomeada como perita do juízo.
Thyago, em parceria com a perita, é acusado de solicitar vantagens financeiras a partes litigantes em processos judiciais, a fim de obter resultados favoráveis nas perícias em que atuam, fraudando laudos. No caso investigado, o valor solicitado seria para atestar se a assinatura de uma pessoa era verdadeira ou falsa.
Na casa de Thyago foram apreendidos uma pistola .380 com 82 munições intactas, além de um aparelho para contagem de cédulas.
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