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Zoneamento Socioeconômico-Ecológico de MT: uma história sem fim?

Por Maurício Melo de Meneses

Cândido Mariano da Silva Rondon, o Marechal Rondon, foi um dos personagens mais importantes da história do Brasil, especialmente no que se refere à integridade do território nacional e à proteção dos povos indígenas.

Nascido em 1865, no Mato Grosso, ele dedicou sua vida à exploração de regiões desconhecidas do país, à construção de infraestruturas de comunicação e à defesa dos direitos dos povos originários.

Desbravador e Comunicador

Uma das principais contribuições de Rondon foi sua atuação na expansão das linhas telegráficas pelo interior do Brasil.

Como engenheiro militar, liderou expedições para instalar linhas de telégrafo em áreas remotas, garantindo a comunicação entre regiões isoladas e o restante do país.

Esse esforço foi essencial para a integração nacional, facilitando a administração do território e o desenvolvimento de comunidades afastadas dos grandes centros urbanos.

Defensor dos Povos Indígenas

Ao contrário de muitos exploradores da época, Rondon acreditava que o contato com os povos indígenas deveria ser pacífico e respeitoso.

Seu lema “Morrer, se for preciso; matar, nunca” exemplificava sua abordagem humanitária e seu compromisso com a proteção dessas populações.

Ele foi o primeiro diretor do Serviço de Proteção aos Índios (SPI), precursor da atual Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI), e ajudou a criar políticas públicas para evitar o extermínio e a marginalização das tribos indígenas.

Mapeamento e Integração Territorial

As expedições de Rondon também foram cruciais para o mapeamento de territórios desconhecidos e para a delimitação de fronteiras. Ele liderou missões que desbravaram a Amazônia e o Pantanal, contribuindo significativamente para a cartografia do Brasil.

Seu trabalho auxiliou a consolidação da soberania nacional sobre regiões estratégicas e possibilitou a exploração sustentável de recursos naturais.

Parceria com Theodore Roosevelt

A Expedição Roosevelt-Rondon foi um marco não apenas para a carreira de Marechal Cândido Rondon, mas também para a história da exploração científica da Amazônia. Em 1913, o ex-presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt, que foi presidente de 1901 a 1909, veio ao Brasil. Ele queria uma aventura desafiadora e encontrou em Rondon o parceiro ideal para explorar uma das áreas mais inóspitas do território brasileiro.

A jornada começou com o objetivo de mapear e documentar o Rio da Dúvida, um curso d’água desconhecido que cruzava os estados de MT, RO e AM.

A expedição enfrentou condições extremas: doenças tropicais, ataques de insetos, fome e exaustão. Durante a travessia, Roosevelt contraiu uma infecção grave e chegou a beirar a morte. Se não fosse pela resistência e liderança de Rondon, ele provavelmente não teria sobrevivido.

Além dos riscos físicos, a expedição teve um impacto científico e geopolítico significativo.

O mapeamento do Rio da Dúvida, que posteriormente foi renomeado Rio Roosevelt, contribuiu para o conhecimento geográfico da Amazônia. A presença de Roosevelt também ajudou a projetar o Brasil internacionalmente.

Legado Duradouro

O impacto de Marechal Rondon ultrapassa sua época. Seu nome foi imortalizado em diversos lugares, incluindo o estado de Rondônia, criado em sua homenagem. Sua trajetória foi extremamente reconhecida, sendo o responsável pela demarcação do Meridiano 52W. O 3º Congresso Internacional de História da Ciência aprovou a denominação honorária de “Meridiano Rondon” para o meridiano 52W.

Com essa homenagem, Marechal Rondon se torna a única personalidade a dar nome a um meridiano, reforçando seu legado na cartografia e na exploração do território brasileiro, além de ter recebido prêmios e condecorações nacionais e internacionais.

Seu nome batiza cidades, rodovias, um aeroporto e instituições, refletindo sua importância para o Brasil. Rondon foi indicado por três vezes ao Prêmio Nobel da Paz, um reconhecimento por sua incansável defesa dos povos indígenas e por sua atuação na integração do território nacional de forma estratégica.

Seu trabalho influenciou políticas indigenistas e de desenvolvimento, moldando o Brasil ao longo do século XX. Sua luta pela preservação e pelos direitos dos povos originários ainda serve de referência para debates contemporâneos sobre desenvolvimento ambiental sustentável e inclusão social.

Marechal Rondon não foi apenas um explorador ou um militar; foi um verdadeiro arquiteto da integração nacional e um defensor incansável das minorias.

Seu legado segue vivo, lembrando ao Brasil a importância do respeito às suas raízes e da valorização de sua diversidade cultural e ambiental. Diante de tudo que Rondon fez, é inegável que sua contribuição para o Brasil foi gigantesca e fundamental. Sua visão de progresso aliada à cultura e ao meio ambiente é um exemplo a ser seguido ainda nos dias de hoje.

Em tempos de desafios relacionados à preservação da Amazônia e aos direitos indígenas, a postura humanitária e estratégica de Rondon continua sendo uma referência indispensável.

Valorizar seu legado é garantir que o desenvolvimento do Brasil ocorra de forma justa e sustentável, respeitando aqueles que há séculos habitam nossas terras e reconhecendo a riqueza de nossa diversidade.

Maurício Melo de Meneses é autor do livro Rondon – O Marechal da paz – Ed. Mackenzie

 

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